terça-feira, 29 de março de 2016

A feira

Em uma rua qualquer, a feira popular se levanta
Uma senhora, vem em busca de um pouco de vaidade
Promoção? O rapaz já emenda um três “é” dez.
Freguesa ainda leva junto o ramo de falsidade

E feira é livre, mas a sinceridade é cara
Para substituir leve um raminho de omissão
O moço passa e te oferece fé, que absurdo
Que é essa, que vem sem ação? Essa tal inflação

Moça bonita, aqui não paga e leva futilidade
Tome cuidado com esse tempero, pois ele desanda
A amizade anda estranha, mas pode levar também
E o egoísmo, vai levar? Aqui na barraca o cliente manda

E a persistência? Essa, hoje eu não trouxe
Então me veja a compaixão, vou levar no cartão
O moço grita, a madame olha vai querer a sacolinha?

Para cuidar do coração, quero um pouco de compreensão

E nessa feira, tem pouca fruta, não é época de respeito,
Mas se quiser fazer um doce, leve um saco de rancor
Ódio é barato, é sempre bom levar um pouco
Carrinho cheio, mas sinto falta! Aqui não vende amor...

Kaio Galvão

segunda-feira, 28 de março de 2016

Minta meu sonho (Música)

Hoje sinto a mesma dor
Talvez menos que você, e...
Não ter com quem conversar
É como a saudade quer me ver

Diz pra eu não te procurar
Mas aqui estou 
Pedindo amor
Pedindo pra ficar

E depois do que eu disser
Me perdoa se quiser, mas...
Não magoa agora não
Por enquanto empresta teu perdão

Finge que está tudo bem
Que não há ninguém
Me faz tão bem acreditar
Que ainda existe amor

Me deixa crer que até aqui nada mudou
E sem querer deixar eu pensar que me aceitou
Ou que talvez eu seja agora um novo amor

Minta pra mim pra que eu viva meu sonho feliz assim
Minta pra mim pra que eu viva meu sonho feliz assim 

Hoje sinto a mesma dor
Talvez menos que você, e...
Não ter com quem conversar
É como a saudade quer me ver

Diz pra eu não te procurar
Mas aqui estou 
Pedindo amor
Pedindo pra ficar

E depois do que eu disser
Me perdoa se quiser, mas...
Não magoa agora não
Por enquanto empresta teu perdão

Finge que está tudo bem
Que não há ninguém
Me faz tão bem acreditar
Que ainda existe amor

Me deixa crer que até aqui nada mudou
E sem querer deixar eu pensar que me aceitou
Ou que talvez eu seja agora um novo amor

Minta pra mim pra que eu viva meu sonho feliz assim
Minta pra mim pra que eu viva meu sonho feliz assim 


Jorge Aragão

Espelho / Além do Espelho (Música)


Espelho...
Nascido no subúrbio nos melhores dias

Com votos da família de vida feliz
Andar e pilotar um pássaro de aço
Sonhava ao fim do dia ao me descer cansaço
Com as fardas mais bonitas desse meu país
O pai de anel no dedo e dedo na viola
Sorria e parecia mesmo ser feliz

Ê vida boa, quanto tempo faz
Que felicidade
E que vontade de tocar viola de verdade
E de fazer canções como as que fez meu pai

Num dia de tristeza me faltou o velho
E falta lhe confesso que ainda hoje faz
E me abracei na bola e pensei ser um dia
Um craque da pelota ao me tornar rapaz
Um dia chutei mal e machuquei o dedo
E sem ter mais o velho pra tirar o medo
Foi mais uma vontade que ficou pra trás

Ê que vida à toa, vai no tempo, vai
E eu sem ter maldade
Na inocência de crianca de tão pouca idade
Troquei de mal com Deus por me levar meu pai

Assim crescendo eu fui me criando sozinho
Aprendendo na rua, na escola e no lar
Um dia eu me tornei o bambambam da esquina
Em toda brincadeira, em briga, em namorar
Até que um dia eu tive que largar o estudo
E trabalhar na rua sustentando tudo
Assim sem perceber eu era adulto já

Ê vida voa, vai no tempo, vai
Ah, mas que saudade
Mas eu sei que lá no céu o velho tem vaidade
E orgulho de seu filho ser igual seu pai

Pois me beijaram a boca e me tornei poeta
Mas tão habituado com o adverso
Eu temo se um dia me machuca o verso

E o meu medo maior é o espelho se quebrar

Além do espelho...
Quando eu olho meu olho além do espelho

Tem alguém que me olha e não sou eu
Vive dentro do meu olho vermelho
É o olhar do meu pai que já morreu
O meu olho parece um aparelho
De quem sempre me olhou e protegeu
Assim como meu olho dá conselho
Quando eu olho o olhar de um filho meu

A vida é mesmo uma missão
A morte é uma ilusão
Só sabe quem viveu
Pois quando o espelho é bom
Ninguém jamais morreu

Sempre que um filho meu me dá um beijo
Sei que o amor do meu pai não se perdeu
Só de olhar seu olhar eu sei seu desejo
Assim como meu pai sabia o meu
Mas meu pai foi-se embora num cortejo
E no espelho eu chorei porque doeu
Só que vendo meu filho agora eu vejo
Que ele é o espelho do espelho que sou eu

A vida é mesmo uma missão
A morte é uma ilusão
Só sabe quem viveu
Pois quando o espelho é bom
Ninguém jamais morreu

Toda imagem no espelho refletida
Tem mil faces que o tempo ali prendeu
Todos tem qualquer coisa repetida
Um pedaço de quem nos concebeu
A missão do meu pai já foi cumprida
Vou cumprir a missão que Deus me deu
Se o meu pai foi espelho em minha vida
Quero ser pro meu filho espelho seu

A vida é mesmo uma missão
A morte é uma ilusão
Só sabe quem viveu
Pois quando o espelho é bom
Ninguém jamais morreu

E o meu medo maior é o espelho se quebrar
Meu medo maior é o espelho se quebrar
João Nogueira

Preciso me encontrar (Música)

Deixe-me ir
Preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir pra não chorar
Deixe-me ir
Preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir pra não chorar
Quero assistir ao sol nascer
Ver as águas dos rios correr
Ouvir os pássaros cantar
Eu quero nascer
Quero viver
Deixe-me ir
Preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir pra não chorar
Se alguém por mim perguntar
Diga que eu só vou voltar
Depois que me encontrar
Quero assistir ao sol nascer
Ver as águas dos rios correr
Ouvir os pássaros cantar
Eu quero nascer
Quero viver
Deixe-me ir
Preciso andar
Vou por aí a procurar
Sorrir pra não chorar
Deixe-me ir preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir pra não chorar
Deixe-me ir preciso andar
Vou por aí a procurar
Sorrir pra não chorar

Candeia


Opinião (Música)

Podem me prender
Podem me bater
Podem, até deixar-me sem comer
Que eu não mudo de opinião
Daqui do morro
Eu não saio, não

Se não tem água
Eu furo um poço
Se não tem carne
Eu compro um osso
E ponho na sopa
E deixa andar

Fale de mim quem quiser falar
Aqui eu não pago aluguel
Se eu morrer amanhã, seu doutor
Estou pertinho do céu
Zé Keti
Que as flores do passado, brotem no futuro!